O que é gastroplastia?
O termo significa literalmente plástica do estômago, sendo “gastro” igual a estômago e “plastia” igual à plástica. Existem diversas técnicas de alteração no estômago e todas elas podem ser aplicadas em indivíduos considerados acima do peso ideal, os obesos mórbidos.
Essa redução do estômago possui a finalidade de ajudar as pessoas a emagrecer e a melhorar a qualidade de vida. Pessoas com obesidade mórbida ficam sob o risco de uma série de doenças vinculadas ao sobrepeso. As técnicas de gastroplastia envolvem muitos riscos e somente devem ser utilizadas em pessoas com IMC (índice de massa corpórea) acima de 40 ou entre 35 e 40, quando da associação com outras doenças como diabetes.
O índice de massa corpórea é uma medida internacional desenvolvida pelo polímata Lambert Quételet que possui o intuito de calcular se a pessoa está ou não com o peso ideal. O cálculo se baseia na divisão da massa pelo quadrado da altura da pessoa, sendo esta em metros e a outra em quilogramas.
As cirurgias de redução do estômago podem ser mais ou menos restritivas, provocando desta forma mais ou menos sintomas. Existe, por exemplo, o balão intragástrico, na qual um balão é inflado ocupando parte do órgão, a banda gástrica ajustável, na qual uma banda de silicone é posicionada ao redor de uma porção do estômago a fim de diminuir a quantidade de comida que entra nele, e o grampeamento do estômago, no qual a capacidade e o espaço para alimentos também ficam reduzidos.
Quando é indicado
Todos os tipos de gastroplastia somente são indicados para pacientes com IMC acima de 40 ou para pacientes com IMC entre 35 e 40 que tenham outras enfermidades associadas, como diabetes e hipertensão. O indivíduo não pode ser usuário de drogas, nem alcoólatra ou portador de doença grave.
A pessoa precisa estar ciente dos riscos e já ter tentado outras formas de tratamento sem sucesso. As consequências da cirurgia são graves e é importante estar atento a isto. A obesidade também deve ter sido considerada estável nos últimos dois anos, o que colocaria a vida do paciente em jogo.
Como é o procedimento
São várias as técnicas que podem ser utilizadas com o intuito de uma gastroplastia. Todas podem ser realizadas de duas formas: via cirurgia aberta ou via videolaparoscopia. Na cirurgia aberta o cirurgião age diretamente no órgão e a recuperação é mais lenta. Já na videolaparoscopia o médico opera manejando uma pequena câmera e tudo é muito mais rápido.
Uma das técnicas mais utilizadas é a colocação de um balão intragástrico por endoscopia. Este é inserido vazio dentro da pessoa e depois é inflado no órgão, de modo a ocupar uma parte e dar ao paciente sensação de saciedade. Já a banda gástrica ajustável é posicionada em volta do estômago de forma a diminuir a quantidade de alimentos que serão recebidos. O By Pass em Y de Roux é um método de grampeamento do estômago que diminui o tamanho do mesmo, além disto, um pequeno desvio no intestino é feito.
A cirurgia de Capella é outra das opções. Esta é bastante parecida com a anterior, porém neste caso coloca-se um anel no local. Existe também a cirurgia de Scopinaro, na qual uma parte do estômago é retirada e um grande desvio no intestino é realizado. Todas estas técnicas envolvem muitos riscos e não devem ser realizadas com uma função puramente estética.
Quais são os preparativos
Antes de tomar tal decisão é preciso uma cuidadosa análise por parte do médico. O paciente será pesado e medido e o IMC será calculado. Após ter-se definido o tipo de abordagem alguns exames deverão ser feitos como o de sangue, o de fezes e o de urina.
É preciso também realizar um ecocardiograma e uma radiografia de tórax. A endoscopia digestiva alta com teste para H.Pilory precisa ser feita, assim como uma ultrassonografia abdominal total. A prova de função respiratória e o eletrocardiograma com risco cirúrgico também são medidas necessárias.
Após a sequência de exames o paciente deverá conversar com uma nutricionista e com uma psicóloga. O perfil da pessoa será analisado para verificar se esta está ou não apta para uma gastroplastia. Com os exames em mãos e com a aprovação da psicóloga e da nutricionista a pessoa será requisitada a assinar um termo de consentimento.
No dia da cirurgia é preciso chegar com algumas horas de antecedência. No caso de operação aberta os pelos pubianos poderão ser raspados. Na véspera será preciso fazer um jejum de cerca de 12 horas.
Riscos e efeitos colaterais
A gastroplastia envolve riscos durante e após o procedimento. Pode haver abertura dos grampos utilizados, embolia pulmonar, atelectasia, infecções, seromas, parada respiratória, cardíaca, dobras no intestino e perda do baço por sangramento.
Nos meses sequentes é comum acontecer queda de cabelo, vômitos, diarreias, mal estar generalizado, dores nas articulações, anemia, gases, tonteiras, intolerância a alguns alimentos, dores nos cortes da cirurgia, hérnias, dores no fígado e estenose.
Os efeitos colaterais são enormes e os riscos consideráveis. Caso a complicação seja grave é possível levar ao óbito. As gastroplastias somente devem ser indicadas em últimos casos e não devem ter função meramente estética.
O que ocorre após o procedimento
Quando a cirurgia termina o paciente é encaminhado para o CTI e fica sob observação por algumas horas. Durante o primeiro mês a pessoa deverá beber apenas líquidos. Estes precisam ser ingeridos de 30 em 30 minutos na quantidade de 40ml.
O indivíduo deve repousar e todo esforço físico fica proibido durante um mês. Geralmente após 5 dias de pós-operatório ele recebe alta. Ao menos uma vez por mês a pessoa precisa agendar uma consulta médica. Deverá ainda receber o acompanhamento constante de uma nutricionista que montará um cardápio adaptado às necessidades. É importante também o acompanhamento de uma psicóloga para ajudar com as mudanças que ocorrerão na vida. Não se deve sair da dieta e nem deixar de comer. Diante de qualquer sinal um médico deve ser contatado, já que as complicações podem ser muito graves.
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